Ervas aromáticas

               Ervas aromáticas: um toque de saúde à refeição


            Vêm em diferentes formas, cores, sabores e cheiros. E geralmente têm também diferentes benefícios para nós. Ainda assim, muitas delas têm um benefício em comum: podem substituir o sal, sem nos deixar um gosto insosso. Saiba mais sobre ervas aromáticas. E veja também o que temos a ganhar com plantas medicinais.
            Em primeiro lugar, o que são ervas aromáticas? Resumidamente: as ervas aromáticas são normalmente retiradas das folhas de uma variedade de plantas. Se forem armazenadas convenientemente, retêm o seu sabor e propriedades durante largos períodos de tempo.
            Fernanda Botelho é autora de livros como As Plantas e a Saúde - Guia Prático de Remédios Caseiros. As ervas aromáticas são uma das suas paixões, tendo já lecionado workshops sobre o tema. Diz-nos a autora que "as plantas aromáticas, tal como tudo o resto que ingerimos, vão repercutir-se na nossa saúde". E isto verifica-se de duas maneiras: como são plantas que podemos utilizar na culinária, ajudam a reduzir o consumo de sal, mas ao consumi-las estamos também a beneficiar dos seus componentes terapêuticos.
            Existem muitas plantas diferentes e algumas delas são bem conhecidas do nosso paladar, embora muitas vezes não saibamos em pormenor que outros benefícios "escondem". Fernanda Botelho e Maria João Sousa, diretora do curso de fitofarmácia, plantas aromáticas e medicinais), ajudam-nos a perceber melhor, com alguns exemplos concretos, o que está aqui em causa.
            O tomilho, por exemplo, é um bom antissético e antifúngico, expetorante, carminativo (que combate os gases intestinais), tornando-o também um auxiliar digestivo. O alecrim é excelente para tratar problemas de circulação, é bom para a memória e para a concentração. A salsa é muito rica em sais minerais, incluindo ferro e vitaminas, podendo ser uma boa ajuda ao em casos de fraqueza e anemia, além de ser também diurética. Mas existem mais exemplos a ter em conta.
            A salva, por exemplo, é recomendada para auxiliar em alguns dos efeitos relacionados com a menopausa, como é o caso dos afrontamentos e suores noturnos; ajuda ainda a baixar os níveis de colesterol, além de ser recomendada em gargarejos para infeções da boca e da garganta. A segurelha, para além da sua tradicional utilização na sopa de feijão-verde, tem propriedades digestivas. Os coentros são uma boa fonte de cálcio e são digestivos e carminativos, sobretudo as sementes. Estas sementes, explica-nos Maria João Sousa, "têm propriedades diuréticas, hipoglicémicas, combatendo também o reumatismo e as nevralgias articulares".
            Além das ervas acima mencionadas, Maria João Sousa destaca ainda a alfarroba, que pode ser usada como laxante, o lúpulo, conhecido como ingrediente da cerveja, mas que é também um aromatizante, com as suas flores a terem também efeitos relaxantes diuréticos e a alfazema, que "tem um óleo essencial responsável pelo seu aroma, e que pode ser usado como antisséptico, sedativo e analgésico".

            Por uma questão de saúde

            Alguns estudos sugerem que é possível reduzir até cerca de 30 por cento o consumo de sal, sem que tal se repercuta no nosso paladar. Que é como quem diz: o nosso paladar até pode ser atento, mas não é inflexível. Além do mais é possível "educá-lo". A chamada dieta mediterrânea, tantas vezes elogiada por especialistas em nutrição, não se destaca apenas pelo uso do azeite como gordura (mais saudável do que a manteiga ou a margarina, por exemplo). As ervas aromáticas, presentes na diversificada gastronomia nacional, são outro dos seus trunfos. E um que deve ser defendido, como a própria Direção-Geral de Saúde referiu na sua "Estratégia Nacional para a Redução do Consumo de Sal na Alimentação em Portugal".
            O nosso país demonstra já há alguns anos níveis altos de incidência de hipertensão – estima-se que o número se aproxime dos dois milhões de hipertensos. O principal culpado? O excesso de sal. O tal que, dependendo do prato, alguma salsa, louro, orégãos ou simples cominhos podem substituir.
           
            Num mundo industrializado como o nosso, a tecnologia não precisa de ser o que nos afasta da natureza. Pelo contrário, pode ser uma ajuda para conhecermos cada vez melhor o que a natureza coloca à nossa disposição, as ervas aromáticas que tão boa companhia podem fazer à mesa.

Fontes:
Fernanda Botelho, autora
Maria João Sousa, formadora em fitofarmácia
Alimentação contra a hipertensão, in MSN Saúde e Bem-estar

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