O dióspiro é o fruto do diospireiro. O nome «dióspiro» (Diospyros) tem origem no grego dióspuron, que significa «alimento de Zeus»
É originário da China, sendo muito popular no Japão.
As suas variedades dividem-se em função da sua adstringência. As "adstringentes" - Coroa de Rei, Kaki tipo e Roxo Brilhante - são as mais comuns e necessitam de uma maturação adequada para poderem ser consumidas. As "não adstringentes" – Fuyo, Hana Fuyo, O Gosho, Giro, Cal-Fuyo, Fau-fau e Sharon - podem consumir-se de imediato, após a colheita.
Este fruto tem geralmente uma forma esférica, levemente achatada, de coloração avermelhada, alaranjada ou amarela, dependendo do seu conteúdo em carotenos. A polpa é viscosa, vermelho-alaranjada e, consoante o seu teor em taninos, é mais ou menos áspera.
Qualquer que seja a variedade considerada, o fruto do diospireiro, retirando a sua fina casca, é praticamente constituído só por polpa, de aparência gelatinosa e fria, composta basicamente de mucilagem e pectina, responsáveis pela aparência característica da fruta. O seu teor de açúcar, que varia entre 14 e 18%, supera o da maioria das frutas de consumo popular. É uma boa fonte de sais minerais como potássio, cálcio, fósforo e ferro, vitaminas A, B1, B2 e C e ainda betacaroteno.
Esta fruta delicada é degustada basicamente ao natural. Embora muito pouco conhecidas, existem receitas de sobremesas, tais como: bolos, biscoitos e mousses, preparadas com o dióspiro. Para conservar este fruto fora da sua época de comercialização podem preparar-se compotas ou então proceder à sua secagem, processo este que, como aliás o de qualquer fruta-passa, tem a grande vantagem de manter as qualidades nutritivas da fruta sem que lhe sejam adicionados produtos químicos ou nocivos à saúde.
O diospiro é um fruto muito delicado e difícil de comercializar, pois tem a casca muito fina e a polpa mole. Deverá, por essa razão, ser bem embalado para o seu transporte. A excepção é a variedade Sharon, que produz frutos rijos e consistentes. Por ser um fruto muito delicado não é frequente a sua comercialização fora das zonas produtoras. Em Portugal a campanha de comercialização decorre normalmente de Outubro a Dezembro. Cerca de 85 a 90 % da produção nacional destina-se aos mercados abastecedores dos grandes centros urbanos e 5 a 10% às grandes superfícies de venda. As vendas para o exterior são praticamente nulas, sendo que cerca de 95 % dos diospiros à venda no nosso país provêm de Espanha.
Em Portugal, existem alguns pomares extremes, bem conduzidos, regados e com boa produtividade, localizados sobretudo na região do Algarve. Contudo, a maioria do dióspiro é proveniente de árvores dispersas ou em bordadura, espalhadas por todo o país, sendo o seu interesse económico reduzido. A área ocupada por esta cultura é de cerca de 231 ha, dando origem a uma produção superior a 2.900 toneladas anuais.
Do ponto de vista nutricional, o dióspiro fornece 70 kcal/100 g, devidas principalmente aos hidratos de carbono, 10 mg de Vitamina C por 100 g de dióspiro (cerca de 1/6 da dose diária recomendada) e também alguns carotenóides.A vitamina C pode influir numa série de estados fisiológicos, como a supressão da formação de nitrosamina no intestino. O nitrito, presente nos alimentos e na água, pode reagir com as aminas dos alimentos para produzir nitrosaminas, cujo carácter carcinogénico foi demonstrado. Também se indica a capacidade antioxidante da vitamina C que protege do cancro e intensifica as funções imunológicas. As dietas ricas em carotenóides estão relacionadas com uma diminuição do risco de contrair cancro e doenças cardiovasculares.
Podem-se usar diversas partes do dióspiro para fins medicinais. Pode-se aproveitar o fruto, as folhas, a casca da árvore e até as flores. Reduz a tensão, acalma a tosse e previne a arterioesclerose, entre outras propriedades.
Quando não está maduro, contém uma quantidade abundante de iodo que ajuda a evitar o bócio. Nos últimos anos descobriu-se que as folhas do dióspiro baixam a tensão, previnem a arterioesclerose, purificam o sangue e lubrificam o intestino. Além disto, o dióspiro é tranquilizante, estimula os fluídos corporais e acalma a sede. Fortalece o baço e combate a diarreia e as hemorróidas.
As flores são usadas para tratar o sarampo, enquanto que a casca da árvore se usa para tratar queimaduras.
O dióspiro é recomendável para pessoas débeis e deprimidas, graças ao seu teor em vitaminas do grupo B
Fonte: OMAIAA O Observatório dos Mercados Agrícolas e Importações Agro-Alimentares
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